Uma enorme explosão abateu sobre todo o território abrangente ao meu cérebro. A bomba atómica estava em fase de construção, e mal ficou concluída detonou. Parece que os meus neurónios não quiseram esperar muito tempo, e de imediato a obrigaram a detonar. parece que o meu cérebro se encontra de momento em fase de resgate de sobreviventes, como que, com esperança de encontrar alguma destas minhas imprescindíveis moléculas, com força suficiente para arranjar solução para os meus problemas. Parece que não está fácil resgatar uma esperança no meio da enorme nuvem de fumo e da enorme radioactividade que permanece dentro de mim. Uma explosão destas nunca é boa, mas penso, se é que ainda consigo pensar, penso que esta não foi de todo uma altura benévola para um acontecimento tão atroz como o que acabou de abater sobre o meu cérebro. Penso que já não consigo pensar, e ao mesmo tempo penso que estou a pensar, mas, na realidade, o que eu queria mesmo era estar a sonhar. Não, não é um sonho. Sim, sim, é a vida que mais uma vez me pregou uma grande partida. Já não consigo encontrar mais uma única migalha de forças dentro de mim para tentar lutar contra os obstáculos que a vida me oferece, como quem oferece um presente a alguém. Resta-me unicamente aceitar, e tentar acostumar este cérebro irrequieto. Mas será que é isso que eu quero? E mesmo que seja isso que quero, será que ainda vou a tempo? Não consegui evitar a detonação que já a muito previa, mas que a todo o custo queria evitar. Não consegui parar os meus neurónios antes de se auto-mutilarem entre si. Não consegui. Deu-se no meu cérebro uma grande explosão, será que ainda vou a tempo de me acostumar e sobreviver sem nada na vida perder? De sobreviver sem sofrer? Não, não consigo. Estou a beira de enlouquecer, se é que não enlouqueci já. Parece que não ando a viver. Parece que ando somente a Sobreviver, para tentar não morrer. Parece que estou vivo no exterior, mas que o meu interior está em coma profundo. Parece que não existe vontade de lutar dentro de mim. E mais uma vez, como não podia deixar de ser, um numero imensurável de questões abate-se diante do meu ser, e sem querer morrer, mas também sem conseguir responder, coloca-me de novo numa situação de imensa tensão. Mais uma vez...
imagem: http://ladainhasladainhas.files.wordpress.com/2009/12/padre-bomba-atomica.jpg
Sem comentários:
Enviar um comentário